Como o apóstolo Paulo reagia às heresias?

Como o apóstolo Paulo lidava com hereges, heresias e modismos. Afinal, o doutor dos gentios disse, inspirado por Deus, que devemos imitá-lo assim como ele imitava a Cristo (1 Co 11.1), não é mesmo?

Como, pois, o apóstolo Paulo lidava com os enganadores, suas doutrinas erradas e suas práticas descabidas?

1) Ele era irônico em relação aos enganadores. Para quem não gosta de minhas ironias, veja como Paulo se referiu aos falsos apóstolos de seu tempo: “Porque penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos” (2 Co 11.5). E não pense você que os falsos apóstolos (cf. v.13) ficaram felizes... Certamente, assim como os hereges de nosso tempo e seus defensores, eles "subiram nas tamancas"...

2) Ele era irônico também em relação aos irmãos enganados. Alguém pode pensar que Paulo usava esse recurso apenas em relação aos enganadores, mas ele também fazia isso ao se dirigir aos irmãos enganados: “Já estais fartos! Já estais ricos! Sem nós reinais! E prouvera Deus reinásseis para que também nós reinemos convosco!” (1 Co 4.8). Alguns irmãos, naqueles dias, devem ter ficados tão irritados... Mas, fazer o quê? A verdade dói, mas é a verdade!

3) Ele era enérgico, quando necessário, e até usava expressões que muitos hoje considerariam ofensivas. “Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado?” (Gl 3.1). Já pensou se Paulo tivesse um blog hoje?!

4) Ele agia com desprezo em relação aos enganadores. “E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram” (Gl 2.6). Pois é... muita gente me acusa de desprezar o grupo tal, a cantora tal, o pregador tal... É bom ler a Bíblia.
5) Ele fazia duras acusações sem citar nomes. “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3.18). Leia também Romanos 1.22-32 e 1 Coríntios 6.10. Como devem ter reagido as pessoas do tempo do apóstolo envolvidas nos pecados mencionados por ele? Teriam elas esbravejado? Ou preferiram reconhecer o erro, arrependendo-se diante do Senhor?

6) Ele não citava nomes, mas era possível saber, pelas dicas, de quem estava falando. “Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão, aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por torpe ganância. Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos” (Tt 1.10-12). E ainda dizem que eu erro ao dizer: “Certa apóstola, certo animador de auditório, certo telemissionário, certa cantora-ídolo”, etc.

7) Ele não se omitia quando via os crentes fazendo coisas erradas. Hoje, muitos dizem: “Não devemos julgar. Deixemos com Deus”. Mas veja como Paulo reagia: “Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do Evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vive como os gentios e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” (Gl 2.14).

8) Como vemos acima, quando necessário, Paulo citava nomes. Vemos isso também em 2 Timóteo 4.10,14: “Porque Demas me desamparou, amando o presente século... Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras”. Por que ninguém critica o apóstolo pelo fato de expor pessoas? Mas note que ele evitava fazer isso, só recorrendo a esse expediente em circunstâncias especiais.

By: Ciro Sanches Zibordi