Páginas

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Divórcio e repúdio, qual a diferença?

O DIVÓRCIO, A LEI E JESUS

Walter L. Callison
O divórcio e um novo casamento são tópicos de muita discussão. O propósito deste artigo é inspirar o leitor a considerar a atitude da igreja frente a um novo casamento em vista do real sentido de termos originais hebraicos e gregos que definem corretamente a diferença entre “repúdio” e “divórcio”. “A lei veio por meio de Moisés, mas a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (João 1:17).Receberão graça os que estão sofrendo a tragédia matrimonial, como descreve a lei no Novo Testamento? Afirmamos que a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo! Então, como superabundará a graça àqueles que têm sofrido a tragédia de um fracasso matrimonial e um subseqüente divórcio?
Cristo não só ensinou com palavras, mas também com Sua vida. Ele deu novas idéias a Seus seguidores, rejeitou o antigo ditado popular de “olho por olho” realçando o amor, não a si mesmo, mas ao semelhante, tirando a mulher da condição de “objeto” para ser reconhecida como pessoa. Ele também ensinou a respeito da velha lei judaica.
Quando estudamos o que Jesus disse a respeito do divórcio, devemos também estudar a vida que Ele viveu junto com os que tinham matrimônios desfeitos, bem como o que ensinou sobre a lei judaica, especialmente no que se refere à lei do divórcio. Mas, o que há acerca de Suas palavras? Se uma pessoa divorciada se casa novamente, o que dizem suas palavras? “Todo aquele que repudiar sua mulher e se casar com outra, adultera; e aquele que se casar com a repudiada pelo marido, também adultera”. Podemos imitar a natureza compassiva e misericordiosa de Cristo, que enviou a mulher do poço de Jacó para Samaria a fim de que Dele testemunhasse. Mas Suas palavras acaso negam suas ações? Acaso as pessoas divorciadas que voltam a desposar alguém viverão por isso em adultério? Estarão proibidas, desse modo, de servir a Cristo?
Também precisamos dar ouvidos às palavras do apóstolo Paulo em I Timóteo 3:2 (“Mas é necessário que o ministro seja irrepreensível, marido de uma só mulher. . .”). O texto fala de uma pessoa que se divorciou e se casou novamente? Neste aspecto, Lucas faz somente um comentário muito conciso: “Porém, mais fácil é passar céus e terra, que se mude ou tire um só til da lei. Todo aquele que repudiar a sua mulher e se casar com outra, adultera; e aquele que se casar com a mulher repudiada, também adultera” (Lucas 16:17, 18).
Ele é conciso. Mas Jesus deixou claro que o Velho Testamento tinha algo significativo a dizer. Quando questionado pelos fariseus no evangelho de Marcos “se era lícito um marido repudiar a sua mulher” (Mar. 10:2) Jesus respondeu: “O que ordenou Moisés?” (Mar. 10:3). Eles responderam: “Moisés permite dar carta de divórcio e repudiá-la” (Mar. 10:4). Existia uma lei.
A lei se encontra em Deuteronômio 24:1-4 e era nesse contexto que Jesus vivia. Flávio Josefo, que também viveu nessa ocasião, referiu-se a ela como a “lei dos judeus”: “Aquele que deseja divorciar-se de sua esposa por qualquer razão (e em muitos casos isso ocorre com o homem) é permitido dar testemunho por escrito que não voltará a casar-se com aquela mulher. Portanto, ela estará em liberdade de se casar com outro homem. Contudo, antes dessa carta de divórcio ser-lhe dada, a ela não se permitirá casar novamente. . .” (Antigüidades dos Judeus, “The Life and Work of Flavius Josephus”, Livro IV, Cap. VIII, Sec. 23, pág. 134; trad. The Woman. Whiston; Holt, Rinehart e Wiston, N.Y.).
Eis a lei de que trata Deuteronômio: “Quando algum homem tomar um mulher e se casar com ela e não se agradar por haver achado nela algo indecente, lhe escreverá uma carta de divórcio e entregará em suas mãos, e a mandará embora de casa. E saindo de sua casa, poderá casar-se com outro homem” (Deut. 24: 1 e 2).
A lei ainda vigorava ao tempo de Cristo. Portanto, devemos tratar com os “códigos da lei”. A Bíblia fala unicamente de um divórcio. Deus disse e o fez. Em Jeremias 2, Deus lembra a Judá que estava procurando problemas. Israel havia sido levado cativo. Deus disse a Jeremias que prevenisse Judá de que havia testemunhado a infidelidade de sua irmã Israel, e que Deus havia despedido e dado carta de divórcio a ela, e nem assim se arrependera (Jer. 3:6-8). Houve outras coisas que os homens fizeram com suas esposas. Muitos homens se casavam com mais de uma mulher e não se incomodavam em pensar em divórcio. Alguns foram servos de Deus: Salomão, Davi, Abraão e Esaú, por exemplo. Heróis das revoluções de Deus, mas também produto de suas culturas.
Se eles não se divorciavam, que faria um homem de sua época com sua esposa, quando resolvia casar com outra? Deixava-a de lado? Há uma palavra para isso no Velho Testamento, o termo hebraico shalach. É diferente da palavra hebraica para divórcio, que é keriythuwth, e que significa literalmente “incisão”, “corte do vínculo matrimonial”. O divórcio legal foi escrito como se pede em Deuteronômio 24, e o novo matrimônio permitido, shalach, é normalmente traduzido como “repudiada”. As mulheres eram “repudiadas” quando seus maridos se casavam com outras mulheres, repudiadas para estarem disponíveis se alguém delas necessitassem ou as quisessem. Repudiadas para serem daí simples propriedades, como escravas, ou repudiadas em total isolamento. Aquele foi um tempo cruel para a mulher. Elas eram repudiadas para favorecimento a outra mulher, mas não lhes era dada carta de divórcio e, conseqüentemente, tampouco tinham o direito de se casar novamente. Esta palavra descreve uma tradição cruel e comum, mas contrária à lei judaica. Algumas das injustiças e do terror experimentado por mulheres que foram “repudiadas” podem ser vistas nesta palavra hebraica shalach, descrita no Langenscheid Pocket Hebrew Dictionary (McGraw-Hill, 1969), que assim expõe:

A fé cristã tomou raízes e floresceu numa atmosfera quase totalmente pagã, onde a crueldade e a imoralidade sexual eram tomadas como presentes e direitos e onde a escravidão e a inferioridade da mulher eram quase universais, enquanto que a superstição e as religiões rivais com toda classe de falsas reivindicações existiam em todo o mundo.

Deus não gostava que “fossem repudiadas”. O profeta Malaquias com seu coração quebrantado instou com o povo de Deus para deixar essa prática. Ouçam Malaquias a implorar com eles. A palavra traduzida por “repudiando” em Mal. 2:16 não é a palavra hebraica para “divórcio”, que é shalach (repudiar): “E direis: Por que? Porque Jeová tem testificado entre ti e a mulher da tua juventude, contra a qual tens sido desleal, sendo ela tua companheira e a mulher do teu pacto. Não os fez um, havendo abundância de espírito? E por que um? Porque buscava uma descendência para Deus. Guardai, pois, em vossos espíritos e não sejais desleais”.
Mas Jesus veio, e Suas palavras não negaram Suas ações. Ele falou disso quando declarou: “Todo o que repudiar sua mulher, e se casar com outra, adultera; e o que se casa com a repudiada, adultera” (Luc. 16:18). Todo o que assim fizer, comete adultério! Esta prática era cruel e adúltera, mas não era o divórcio.
O termo do Novo Testamento traduzido na versão King James como “repudiar” é uma forma da palavra grega apoluo. Este é o termo em grego, língua do Novo Testamento, semelhante ao hebraico shalach (deixar, ou repudiar). Existe uma palavra hebraica no Velho Testamento para divórcio, keriythuwth, e uma palavra grega do Novo Testamento, apostasion. O Arnd’t Gingrich Lexicon, do Novo Testamento, cita o uso da palavra apostasion como termo técnico de uma carta ou escritura de divórcio que remonta a 258 AC. Apoluo, termo grego com o sentido de “deixar de lado” ou “repudiar”, não significa tecnicamente divórcio, apesar de amiúde ser usada sinonimamente. Naquela era de total domínio masculino, os homens geralmente tomavam outras esposas e não davam carta de divórcio quando as abandonavam, e casavam-se com outras. A lei judaica que requeria carta de divórcio (Deut. 24:1, 2) era por demais ignorada. Se um homem se casasse com outra mulher, o que importava? Se um homem “repudiava” (apoluo) sua esposa e não se incomodava em dar-lhe carta de divórcio, quem iria se opor? A mulher?
Jesus tinha algumas objeções a isso. Ele disse: “É mais fácil que passem os céus e a Terra do que não cumprir-se um til da lei” (Luc. 16:17). E disse mais: “Todo aquele que repudia a sua mulher e se casa com outra, adultera; e aquele que se casa com a mulher repudiada, adultera” (Luc. 16:18).
A diferença entre “repudiar” e “divorciar”, entre o grego apoluo e apostasion, é séria. Apoluo indicava que a mulher era escrava, repudiada, sem direitos, sem recursos, desprovida do direito básico do matrimônio monogâmico. Apostasion significava que o casamento havia terminado, o que permitia um matrimônio legal subseqüente. No papel existe a diferença. E a mulher que havia saído de casa, podia ir-se e casar com outro homem (Deut. 24:2). Essa era a lei. Como começamos a ler “todo aquele que se divorcia de sua mulher” nos lugares onde Jesus literalmente disse: “todo aquele que repudia ou abandona a sua mulher?" Existem outras passagens, além de Lucas 16: 17, 18, em que Jesus tratou deste assunto. Tais passagens incluem Mateus 19:9, Marcos 10:10-12 (onde é dito que Jesus deixou firmada a mesma lei para homens e mulheres), e em Mateus 5:32. Jesus empregou uma forma da palavra apoluo 11 vezes e em todas elas proibiu o apoluo--repúdio. Ele nunca proibiu o apostasion, carta de divórcio, requerida pela lei judaica.
Deveria a palavra grega apoluo traduzir-se como divórcio? Kenneth S. Wuest, na sua tradução ampliada do Novo Testamento, sempre traduziu “repudiada” ou “deixada”, mas nunca “divorciada”. A versão antiga e literal da American Standard Version (em inglês) sempre traduziu como “deixar”. A versão King James traduz “deixar”, e Jesus a emprega umas onze vezes. O número onze parece ser a fonte do problema. Em 1611, os tradutores da King James num trecho grafaram “divorciada” em lugar de “repudiada”, ou “posta de lado”, ou “deixada”. Em Mateus 5:32 escreveram “e todo aquele que se casar com uma mulher divorciada comete adultério”. A palavra não é o termo grego apostasion (divórcio), mas uma forma da mesma palavra grega apoluo a qual não inclui a carta de divórcio para a mulher. Ela, tecnicamente, ainda estaria casada.
Mateus 19:3-10 fala que os fariseus perguntaram a Jesus sobre este assunto, dizendo: “Assim, que não sendo dois, mas uma só carne; portanto, o que Deus uniu, não o separe o homem” (vs. 6).
Eles então perguntaram: “Por que Moisés ordenou que se desse uma carta de divórcio (apostasion) ao repudiar a mulher?” (vs. 7). Jesus replicou: “Por causa da dureza dos vossos corações” (vs. 8). O primeiro direito humano básico que Deus nos concedeu foi o de nos casarmos.Nenhuma outra companhia era adequada. Os direitos humanos estavam dirigidos só para os homens nesses dias. Jesus mudou isso. Ele requereu obediência à lei e direitos iguais no matriônio para a mulher. A graça superabunda em Cristo.
Jesus disse àqueles homens que, quem repudiasse a sua esposa e se casasse com outra, cometia adultério! ADULTÉRIO!!! A lei (Deut. 22:22) se refere à pena de morte como castigo para o adultério, tanto para o homem quanto para a mulher. Esse era um fato amargo para os homens que faziam com suas mulheres o que bem queriam. Mat. 19:10 nos dá a saber o seguinte: Se é essa a condição do homem com sua mulher, não convém casar-se”. Eles não viviam numa cultura em que se esperava que o homem vivesse com uma só mulher pela vida toda, que direitos iguais fossem dados caso o casamento não perdurasse.
Como começamos a ler “a todo aquele que se divorcie de sua mulher” naquelas citações em que Jesus diz literalmente: “a todo aquele que abandone ou repudie a sua mulher?”
Parece que o lugar onde constava apoluo foi traduzido erroneamente por “divórcio” e em 1611 começou todo o processo. A Versão Americana Stardard corrigiu o erro em 1901. Não chegou a ser suficientemente popular para fazer muita diferença. Wuest foi cuidadoso em evitar citações erradas como temos notado acima. Mas quase tudo o que tem saído do prelo tem sido influenciado pela Versão Bíblica King James, e ainda os léxicos gregos e tradutores mais modernos parecem ter-se deixado influenciar pela ocorrência da tradução de apoluo como “divórcio, ainda quando o significado da palavra não inclui um divórcio escrito (apostasion). Isso, por tradição, nos é ensinado a ter em mente, ainda que nossos olhos leiam “repudiar” na Versão King James. Seria o divórcio escrito a solução para a prática cruel de “repudiar’, como indica Deuteronômio? O Capítulo 24 de Deuteronômio é uma evidência de que tal como Deus atentou às queixas do povo no Egito e propiciou liberdade de sua escravidão, Ele também considerou as súplicas das mulheres que eram como escravas, dando-lhes liberdade do abuso por meio da trágica necessidade do divórcio; trágica porque termina com algo que nunca deve terminar-o matrimônio; necessário para proteger as vítimas daqueles que não obedecem as regras do nosso Criador, o Todo-Poderoso. Necessária originalmente porque o homem “repudiou” a mulher, colocando-a entre matrimônios ilegais, múltiplos e adúlteros.

O Divórcio é uma Tragédia!

O divórcio é um privilégio concedido como um corretivo para situações intoleráveis. É um privilégio que, contudo, pode ser abusado. Divórcio não é um quadro bonito na maioria dos casos. Solidão, rejeição, um sentimento profundo de haver falhado, perda da auto-estima, crítica de familiares, dificuldades para cuidar dos filhos e muitos outros problemas que defrontam os divorciados.
O divórcio poder ser mais traumático do que a morte de um cônjuge. A morte de um esposo(a) é dura de suportar, mas um cônjuge morto não volta novamente. Como via de regra, o divorciado volta, e assim se prolonga a situação. O divórcio é, porém, ainda como ao tempo de Jesus, uma solução parcial para uma situação séria e cruel, e pode ser a única solução razoável. Pode ser necessária, mas sempre é uma tragédia! É fácil pregar contra o divórcio, mas é difícil para a igreja ser construtiva em propiciar preparo para o matrimônio. Devemos estar prontos para prevenir alguns divórcio, ajustando nossas leis de divórcio ou proibições religiosas contra o divórcio, pois tais ações não impedem o rompimento dos casamentos. Quando os pares permanecem juntos só pela preocupação com a notoriedade atraída pelas leis do divórcio, e pela “segurança dos filhos”, isto pode resultar em tragédia. Desastrosos triângulos matrimoniais, crueldade doméstica, abuso de crianças, homicídio e suicídio são algumas das conseqüências comprovadas de matrimônios falidos, mas não terminados.
Que opção mais tenebrosa! Um lar destruído é uma tragédia, mas nunca duvide de um homem jovem que ponha uma pistola na boca e termine seu matrimônio, a alternativa que encontrou para o divórcio. Sua igreja havia proibido o divórcio.
Nosso alto índice de divórcios não é o problema real. O fracasso nos matrimônios vem primeiro, e logo depois o divórcio. O índice de divórcios é somente um indício de nosso elevado índice de maus matrimônios. Para corrigir isso, devemos fazer mais do que falar contra o divórcio. Parece difícil para a igreja ser construtiva em prover preparação para o matrimônio e reforçá-lo. Nisto é que se acha nosso desafio! Pode uma pessoa divorciada ser ordenada como diácono ou pastor?
O apóstolo Paulo, um homem culto, conhecia a palavra grega para o divórcio (apostasion) e conhecia sua cultura. Ele também sabia que Cristo aceitaria qualquer um, mesmo ele, o “maior pecador” (I Tim. 1:15). É inadmissível que pastores e diáconos tenham muitas esposas, esposas escravas e concubinas. Cada uma dessas relações, que tinham o bonito título de poligamia, era adultério. Paulo rejeitava tais pessoas como líderes na igreja. O pedido da carta de divórcio em Deuteronômio 24 limitou o homem a uma só mulher e, além disso, é necessário que o ministro seja “irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, honrado, hospedeiro, apto para ensinar”. Ele rejeita a poligamia, não o divórcio.
Apesar do sério abuso, a lei do divórcio (Deut. 24) ainda tem validade. O divórcio é uma solução radical a problemas matrimoniais insuperáveis. Isto acaba com todas as esperanças de que o matrimônio deva ser conservado, e declara publicamente que está falido. O pecado relativo a essa falência deve ser confessado. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar e purificar-nos de toda maldade” (I João 1:9). Isto também inclui o perdão para a falência do matrimônio.
Ao contrário do repúdio, a carta de divórcio, que provém da lei, provê um benefício de dignidade humana para mulheres sujeitas ao abuso cruel, poligamia adúltera, e os caprichos dos homens de coração duro. Não existe algo de tão grande impacto como “desejo divorciar-me de você”, não é verdade? O divórcio declara o término legal do casamento, e havendo qualquer situação de adultério ou bigamia, qualquer das partes pode voltar a se casar. O divórcio rompeu a aliança matrimonial e todo o controle sobre a esposa anterior. O divórcio requeria estrita monogamia e prevenia contra o término unilateral, preservando o direito fundamental de casar-se. O divórcio faz o mesmo hoje em dia. Abandono, negligência, deserção, ou como se queira chamar ao coração duro que deixa sua mulher por outra mulher, sem divorciar-se, foram estão probidos pelo Senhor Jesus Cristo (Mat. 19:9; Mat. 5:32; Mar. 10:11,12; Luc. 16:18). Por séculos, muitas das comunidades cristãs têm interpretado estes ensinamentos de Jesus como:
1. O divórcio está absolutamente proibido, ou melhor, está permitido somente no caso em que se admita ou comprove adultério.
2. À pessoa divorciada, não se permite casar novamente.
3. Uma pessoa divorciada que se case novamente, vive em adultério.
4. Uma pessoa que se divorcia não pode ser ordenada como diácono ou pastor.

Todas as pessoas que possuem estas crenças estão erradas. As três primeiras são contrárias à lei de Moisés e baseiam-se na passagem em que Jesus nem sequer usou a palavra grega apostasion, a quarta baseia-se numa passagem em que Paulo também não empregou tal palavra. A palavra que Jesus empregou foi apoluo, para “repudiar”. Este era o problema do qual tratava, não o divórcio.
Uma pessoa divorciada deve ter muita graça e determinação para servir numa igreja que adota as quatro posições acima mencionadas. Como pode ser possível isto, quando a igreja é o Corpo de Cristo na Terra, para ser e servir como a pessoa de Cristo? Cristo, que uma vez levantou a voz por Jerusalém, deve olhar para baixo e levantar a voz por nós. Ele veio e chamou a Simão, o zelote, um radical anti-romano, e Mateus, um servo rejeitado em Roma, um par de incompatibilidades tais como se pode encontrar hoje, mas os pôs para trabalharem juntos na construção de Seu Reino. Logo, eles foram para Samaria, e Jesus mostrou-Se diante de uma mulher de antecedentes de fracassos matrimoniais, e a enviou para compartilhar da revelação de Deus em Cristo, como se ela fosse como qualquer outra pessoa. Ele deve levantar a voz quando nos vê desperdiçar tempo tratando de calcular quem podemos proibir de servir em Sua igreja.
Jesus abertamente ministrava a todos que a Ele iam. Ainda muitos de nossos amigos divorciados têm medo de nossas igrejas. Entendem que o que ensinamos acerca do divórcio é o que a Bíblia indica. Podemos estar corretos em relação a nós mesmos e tão opostos a Cristo? Se assim for, estamos equivocados. Ele veio para salvar os pecadores.
As únicas pessoas que Jesus sempre rejeitou foram os que queriam justificar-se a si mesmas, os religiosos “justos”. Está correta nossa compreensão de suas palavras simplesmente porque não se harmoniza com a sua vida? As pessoas divorciadas são merecedoras de verdadeiro respeito! Por séculos têm-se excluído essa gente das congregações e do serviço, do gozo e da igualdade, até mesmo da salvação, seres humanos pelos quais Cristo morreu. Se é ou não o divórcio um pecado, esta atitude preconceituosa sem dúvida o será! Conceda-nos o Senhor Sua graça para mediar a misericórdia de Cristo para os divorciados.

O que pensa a respeito desse texto? Deixe sua opinião.

10 comentários:

Danilo disse...

Ola Miriã!

Estou passeando na net para conhecer blogs cristãos, saber o que o povo está buscando e falando... E para divulgar meu blog, o Genizah.

Muito legal o trabalho que vocês fazem aqui! Parabéns.

Vou seguir vocês e espero pela oportunidade daquela troca de irmão em Cristo aqui ou no meu blog, se você me der a honra e prazer da visita.

Genizah é um blog de apologética cristã com uma boa dose de humor. Nosso time é formado por escritores, pastores, humoristas e chargistas cristãos.

Espero que goste. Paz e Bem!

Danilo

http://www.genizahvirtual.com/

Cristi@ne disse...

Belo texto irmã...muito esclarecedor...parabéns! Venha comemorar as 5 mil visitas do meu Infinito...vc faz parte dele! Tem selinho de presente...
http://infinitodacris.blogspot.com/2009/10/5-mil-visitas-no-meu-infinito.html
Fica com Deus.

Anônimo disse...

Ola, li dinamicamente sua defesa para as mulheres e para o divorcio. Cada pessoa tem o direito de entender da forma que lhe convem a palavra do evangelho, mas certamente tmb estara sendo julgada por suas atitudes. Nao concordo com suas colocaçoes pq misturam leis e espiritualidade pq tmb faz (vc) montagem da biblia com temas direcionadores do entendimento de tal forma a permitir que a sua opiniao seja corroborada por txts que nem fazem alusao ao divorcio, separaçao ou qq coisa que o valha. No todo o fato esta claro no intento de defender uma atitude de opiniao pessoal. Qual sua visao sobre Adao e Eva enquanto companheiros criados por Deus um dependente do outro pela costela do Homem Adao para a geraçao da Mulher Eva?

Shalom Aleichem!

email: paulolavrile@walla.com

Anônimo disse...

Otextofoi escrito pelo pr. Walter L. Callison e não pela miriam

Anônimo disse...

O texto é corrente com o contexto bíblico, que explica claramente a diferente entre o repudio ( afastar do cônjuge sem motivo justo ) e do divórcio bíblico ( rompimento do matrimônio por justo motivo que o torne impraticável, não alcance do seu desiderato.
O povo legalista, infelizmente, não suporta algumas verdades bíblicas.

João Amado disse...

Gostei muito do seu ponto de vista, que considero bíblico. Devemos sempre lembrar que "vontade de Deus" é uma coisa e "permissão de Deus" é outra muito diferente. Muitas pessos estão impedidas até de trabalhar para Deus porque se casaram por "permissão de Deus" mas não por "vontade de Deus" e os cônjuges são verdadeira "pedras de tropeço" em casos como estes, creio que com toda certeza seria melhor uma separação. Exemplo: Esdras, capítulo 10. Deus te proteja sempre.

Antorio Rosario disse...

Sou Casado e Muito Bem casado a 25 anos, Graças a Deus vivemos bem durante todos estes anos, nossa união de fato foi instituida por Deus, porem tinha certas duvidas referente ao texto apresentado, o qual com muita lucidez e clareza a autora elucidou a mesmas, porem ainda é um tabu comentar sobre estes fatos nas igrejas pois é mais facil julgar as pessoas á compreende-la e ate mesmo vou apresentar em uma reunião com os Obreiros da Igreja que fasso parte.que Deus abençoe sua vida.

Eleitor disse...

O Cara vai bem, seguindo fielmente a Lei Divina, como deve ser, inclusive contrariando a TRADIÇÃO dos homens (papas, pastoeres..etc)..mas no final estragou tudo!!!!! Onde está escrito na Bíblia que Deus condena a Poligamia masculina??Onde que Deus mandará um poligamico pro inferno? O que Deus sempre rejeitou foi o REPÚDIO, como ficou claro nos textos colocados aqui, quando uma mulher ABANDONADA, era obrigada a viver isolada e a própria sorte como um objeto trancado num cofre esquecido, sem assistencia e sem apoio, o que é completamente diferente da esposa que vivia sob a sombra de um patriarca que era casado com varias mulheres. Se Deus condenasse porque regulamentou na TORÁ (Lei) que o homem deveria tratar o primogenito da esposa aborrecida com o privilégio previsto e não passar para o filho da predileta?? A restrição a polifgamia na Torá é dada aos reis que não poderiam multiplicar mulheres, Salomão pecou neste quesito, Davi não, e ele contraiu casamento com 18 mulheres. E não me venha com a conversa fiada de que a regulamentação da herança prevista na Lei, em Deuteronômio (Devarim) é sinal de que poligamia gera problema familiar porque problema familiar existem aos montes nas famílias monogamicas, e como, alguém DUVIDA??O que falar de MATEUS 25?? Com certeza Paulo vedou o ministério pastoral e diaconal para poligamicos porque o cuidado com a família exigiria muito destes homens, que não dariam conta de uma congregação, não porque seria pecado, esta é a mentalidade Católica Medieval, que se opôs à tradição dos patriarcas, que aliás, castrou seus sacerdotes e abriu as portas para sodomitas e pederastas, A razão da postagem é a seguinte: Se um xeique mulçumano se converter hoje, eu vou obrigar ele a se divorciar das suas esposas só porque vivo numa cultura Greco Romana onde casamento GAY é natural e a poligamia masculina NÃO? Detalhe, que fique bem claro que a poligamia biblica era praticada pelos patriarcas sob regulamentação: A esposa sabia e ACEITAVA como natural e em segundo lugar os homens poligamicos da antiga Israel eram na maioria dos casos ricos ou monarcas. Hoje, nos países mulçumanos só homens com condições financeiras para sustentar mais de uma familia e montar uma casa com proporções dignas de um mini castelo é que são poligamicos. Conversei com um xeique na bienal do livro, ele me disse que na Síria, sua terra a maioria dos poligamicos só tem duas esposas e que o casamento monogamico é a maioria. PRA terminar: NÃO devemos considerar PECADO aquilo que a Palavra de Deus NÃO considera, mais precisamente, a Lei, toda iniquidade está prevista na LEI, se não estiver lá, é tradição de Padre pedófilo ou Pastô que não sabe nada e repete que nem papagaio as tradições Católicas, PONTO.
AS transgressões sexuais previstas na Bíblia são: o Adultério, a Prostituição, a Promiscuidade, que está incluída na Prostituição, termo "Pornéia" no texto original ( homem que deixa a esposa em casa dormindo, depois de dizer que a reunião ia acabar mais tarde, a fim de relacionar com outra, que ela não sabe)
e a Sodomia.
Abraço!
Sola Scriptura.

D.F.Izidro disse...

Lamentavelmente, está sendo feita uma grande confusão semântica aqui.
1) As palavras não têm sentido em si mesmas - não é o dicionário quem dá sentido às palavras,mas o contexto ou campo semântico em que são usadas;

2) Independentemente,portanto, da distinção etimológica existente entre os termos "divórcio" e "repúdio",tanto no hebraico quanto no grego, é O USO QUE DESTES TERMOS É FEITO NO CONTEXTO LITERÁRIO DA BÍBLIA QUE VAI DETERMINAR O QUE QUEREM DIZER OU SE HÁ OU NÃO DISTINÇÃO ENTRE OS MESMOS;

3) Na verdade,é importante notar que tanto em Mat. 19:1-10 quanto em Mat. 5:32 e até Mar. 10:1-12, os termos "divórcio" e "repúdio" estão sendo usados de forma sinonìmica - o que está em discussão é uma só coisa: a validade ou não de divorciasse por qualquer motivo desde que apresentado o documento ordenado por Moisés; Jesus não faz distinção no texto evangélico entre repudiar e divorciar, antes deixa claro que em situações não justificáveis nem mesmo o documento mosaico pode legitimar o divórcio ou repúdio;

3) Os léxicos também apontam, como admitido nesse artigo inclusive, que "repudiar" pode ser usado no sentido de "divórcio" também;

4) Parece-me que o grande problema aqui gira em torno de se construir uma interpretaçaõ com base na distinção física de termos, sem dar a devida atenção ao uso,nesse caso sinonímico,dos termos para "divórcio" e "repúdio" no texto;

5) Veja que sentido em discussão é da legalidade ou não de divorciar-se ou repudiar,desde que se tenha um documento mosaico, e não da distinção entre divórcio e repúdio, nos seguintes versos Mt.5.31-32 [Jesus está falando de repúdio mediante carta de divórcio,o que caracteriza "divórcio";mas o termo grego usado é apolyo - repudiar;ou seja, repudiar e dar carta de divórcio estão sendo usados de forma sinonímica como expressão de divórcio;no verso 32 Jesus deixa claro que mesmo documentado,o repúdio/divórcio não é lícido se não for justificado] a mesma idéia está claro em Mt.19.3-9 e Mc.10.2-8;
Em suma, ainda que haja uma distinção etimológica e/ou de termos entre as palavras e uma distinção cultural histórica entre apenas repudiar e divorciar-se documentalmente, é o uso que está sendo feito destes termos no contexto literário da Escritura que deve determinar seu sentido.
Obrigado.
Izidro

Eleitor disse...

GOSTARIA de saber como a irmã enxerga o conselho na carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios, como aqui embaixo:

Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido.
Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.
Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe.
E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe.
Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.
Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.
Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?
1 Coríntios 7:10-16

desde já agradeço!